quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL

 

«FARENSES» QUE NÃO NASCERAM EM FARO

FALCÃO MARQUES, UM SERVIDOR DO CONCELHO


Foi a enterrar em Évora (Cemitério dos Remédios), cidade onde casou e viveu longos anos, João Manuel Falcão Marques, empresário de seguros e trêsmandatos consecutivos deputado municipal pelo PS, de que foi um fervoroso militante e grande impulsionador em Faro.

Cidadão que, muito merecidamente, gozava do maior apreço, pela sua frontalidade e coerência, natural de Maia (Porto), onde nasceu a 1 de Outubro de 1946, fixou-se na capital algarvia em 1981, aqui desenvolvendo intensa actividade profissional e política.

Foi após o cumprimento do serviço militar (3 anos como aspirante miliciano na Guiné - Bissau), que se radicou na cidade norte-alentejana, trabalhando na Repartição de Finanças e no sector segurador.

A sua presença entre nós constituiu um testemunho de cidadania e de pedagogia política, interessando-se pelas causas de maior evidência concelhia, dando um contributo lúcido e positivo para a sua solução e um impulso ao progresso farense.

Vítima de pertinaz enfermidade faleceu aos 76 anos este «farense não nascido em Faro», que foi um exemplo e uma vivência de dedicação e empenho pela comunidade.

VIDA ROTÁRIA


«CAMINHADA SOLIDÁRIA»


O Rotary Clube de Faro, decano dos clubes rotários algarvios, organiza no

dia 4 de Março (Sábado) uma «Caminhada Solidária», cujo provento financeiro

se destina na íntegra ao novo Lar Residencial da AAPACDM (Associação

Algarvia dos Pais e Amigos das Crianças Diminuídas Mentais). Este será

construído na Lejana (concelho de Faro) e integra-se no combate à obesidade,

conforme o programa estabelecido em 2005 pela Organização Mundial desta

enfermidade.

«Caminhada Solidária», decorrerá na freguesia de Pechão, junto à «Casa

do Professor», terá início pelas 11 horas e uma extensão de 4 klms. Segue-se

um almoço de convívio e, na parte da tarde, uma aula de dança e animação,

orientada por Marcos Figueirinha.


JOÃO LEAL

COSTELETAS QUE EU CONHECI


CONCEIÇÃO PIRES, UMA «COSTELETA» DE REFERÊNCIA


Figura como das referências maiores do meu mundo afectivo e do

testemunho de cidadania. Aliás partilha estes universos com a memória de seu

saudoso marido, Deodato Pires. Ele, poeta, comerciante, homem de causas,

sócio nº l do Sporting Clube Olhanense) nasceu no Baixo Alentejo (Concelho

de Mértola) e, bem jovem veio para Olhão, onde ficou para todo o sempre.

Maria da Conceição Pinto Pires, nasceu em Faro (Lagoa e Relvas / Estoi),

morou no Rio Seco, quando moça e frequentou a Escola Tomás Cabreira. Mas

é, sem dúvida, uma olhanense da mais destacada referência, havendo

dedicado toda uma, felizmente, longa vida, à terra de Olhão. Escritora, com

várias obras publicadas («Breves Notas Históricas da Freguesia de Olhão»,

«Vinte anos de Poder Local», «Elucidário da Cidade de Olhão da

Restauração», «Quinhentas e uma razões para gostar de Olhão», «Olhão da

Restauração, 200 anos, Cidade & Freguesias» e «Estudo Toponímico do

Concelho de Faro»), mulher de forte intervenção na comunidade, de que é

testemunho os25 anos em que, de forma brilhante, desempenhou funções

autárquicas. Foi logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, a quando das primeiras

eleições livres, que, devido à sua grande popularidade e consideração geral, foi

convidada a integrar a lista do PS, como independente. Até 2001, sempre D.

Maria da Conceição Pinto Pires, desenvolveu a sua cidadania nos Órgãos de

Poder Local, isto é «perfazendo 25 anos ao serviço dos Olhanenses», como

reconhece.

Falar de associativismo neste Concelho é falar nesta mulher que tem

o seu nome a múltiplas instituições (Elos Clube, Clube da Simpatia, Associação

da Ilha do Farol de Santa Maria, APOS - Associação de Valorização do

Património Cultural e Ambiental de Olhão, Sporting Clube Olhanense, Confraria

Ohanense do Litão, etc.). Artista de requintados dotes realizou várias

exposições e criou o Centro de Arte de Pintores Olhanense, esteve ligada a

várias iniciativas de caracter cívico, tradicional ou evocativo (Quinzena do Livro

Olhanense e do Livro Algarvio, ornamentação das ruas pelos Santos

Populares, aquisição de sede própria para a Junta de Freguesia e instituição da

bandeira e brasão da mesma, comemorações dos centenários de João Lúcio e

Francisco Fernandes Lopes bem como no Rio de Janeiro do segundo

centenário da chegada do caíque «Bom Sucesso ao Brasil, do busto ao «Sr.

Almeida da Farmácia, da geminação de Olhão com as cidades francesas de

Lesparre e Vendys/Montalivet,etc., etc.).

Largas dezenas de afilhados, sobretudo na zona da Barreta, onde o

estabelecimento comercial, era o centro comunitário, constitui um valioso

património afectivo e da muita e generalizada estima que era votada a este

casal benquisto. Mas existem as condecorações e os prémios conferidos num


preito de merecida homenagem a Maria da Conceição Pinto Pires. Elas

atestam, com plenitude de justiça o reconhecimento expresso pela Câmara

Municipal de Olhão (Medalha de Dedicação e Bons Serviços, Grau Ouro,

Governo Civil de Faro (como escritora, autarca e elista), Câmara Municipal do

Rio de Janeiro (iniciativa de promover a celebração do 2º centenário da viagem

do caíque «Bom Sucesso), Junta de Freguesia e Assembleia de Freguesia de

Olhão (dado o seu nome á Sala de Reuniões, Medalha de Honra «pela

dedicação à causa pública e mérito pessoal), Sociedade Memorial Visconde de

Mauá - Brasil (Comenda e respectivas insígnias), etc. etc..Falta neste currículo

da insigne farense que se fez por mérito próprio um símbolo de Olhão, a

concretização de um sonho apresentado a quem de direito e a aguardar

concretização - o serem «cidades irmãs) as urbes de São Sebastião do Rio de

Janeiro e da Cidade de Olhão da Restauração.

Um sonho lindo que merecem as duas terras, de um e do outro lado do

Atlântico e que o merece, de modo especial, esta senhora, nossa grande

Amiga e que, nascida em Faro é hoje um dos símbolos maiores da mulher

olhanense.


JOÃO LEAL