segunda-feira, 27 de outubro de 2008

UMA BOA SEMANA PARA TODOS


2008.10.27
DA IMPRENSA REGIONAL, CINQUENTA ANOS ATRÁS


MEMÓRIAS PASSADO
por Sebastião Chaveca


O forno da TI DELFINA


Até há pouco tempo a maioria das pessoas amassava o pão em casa porque além de lhes sair mais barato, era feito à sua vontade.
A farinha era peneirada com uma peneira mais fina para o pão mais branco e ao contrário do que é hoje, nesse tempo o pão mais branco era o mais desejado. Como a maior parte das pessoas não tinha forno para cozer o pão, havia o forno da Ti Delfina, que tinha uma irmã com o nariz torto a quem chamavam a Ti Maria Rita do nariz comido.

O trabalho desta mulher era ir buscar os tabuleiros cheios de pão a casa dos clientes, para ser cozido no seu forno e depois levá-lo novamente.

Geralmente as pessoas faziam uma amassadura por semana mas nos últimos dias os pães já estavam duros.

Pela cozedura e transporte era cobrada a importância de dois escudos.

publicação de
JBS

3 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

João, não falas onde ficava o forno da Ti Delfina.
Eu recordo, ter levado o tabuleiro do pão no meu carro, que a mãi da minha sogra amassava, ali à rua de S. Luis mas, não recordo o nome da padeira.
Era um pão muito saboroso.
Havia outro forno no largo do Jardim de S,pedro.
Rogério Coelho

Anónimo disse...

Viva !!!

Conheci na casa de meus pais essas lides do fabrico do nosso indispensável pão.Lembro-me de todas as fases deste antiquíssimo processo: o peneirar; o amassar; o fermentar; o tender e finalmente a introdução no forno depois deste bem quente e limpo das cinzas da lenha quimada que lhe transmitiu o alto aquecimento necessário para a cozedura. Era na realidade um ritual que se repetia semanalmente. Claro que, no final da semana, já os últimos pãezinhos estavam algo duros, é verdade, por isso era a altura apropriada para a execução de pratos que dele mais dependiam, como as sopas de tomate ou a tal açorda com um pouco de bacalhau!!!
Mais tarde, começamos a consumir o “pão de padaria” onde na realidade se vendia o chamado pão de 2ª, mais escuro e mais barato por isso chamado o “pão dos pobres e o pão de 1ª. este mais branco e mais caro, o “pão dos ricos”!!!
O Sr. Rogério recorda uma padaria existente no largo do Jardim de S. Pedro; não se quererá referir ao forno/padaria dum sr. que por ser deficiente lhe chamavam de “Treme-Treme”?.


Cumprimentos

AGabadinho

Anónimo disse...

Os fornos,mesmo os privados eram lugar de confraternizacao de mulheres de todas as classes sociais no campo,"patroas e trabalhadeiras".No nosso,em minha casa as "trabalhadeiras" amassavam e coziam o pao num dia da semana,aproveitando o forno se manter quente de uma cosedura para a seguinte fornada....
Bons tempos? Nao sei dizer...era outra epoca
Diogo