quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ESCOLA DO MAGISTÉRIO PRIMÁRIO;.UMA GRANDE INSTITUIÇÃO DE ENSINO


(escola do magisterio primário em Faro)

A ESCOLA DO MAGISTÉRIO PRIMÁRIO DE FARO E OS PROFESSORES.DO ENSINO PRIMÁRIO

Foi uma instituição de ensino de grande competência e mérito. Conquistou com inteiro merecimento o seu espaço no campo das instituições de ensino e foi aplaudida pela sua dedicação à formação de professores. Eu andei por lá e quero aproveitar este espaço para expressar e dirigir aos meus professores da Escola do Magistério Primário o meu muito obrigado.

Como costeleta orgulho-me do auxílio que esta escola me deu, no que respeita `a colocação no mercado de trabalho.

Professor do ensino Primário foi o meu primeiro trabalho remunerado..

Para as raparigas, ser professora, no meu tempo já não era, em termos de remuneração, uma grande profissão; mas tinha muita dignidade.

Para os rapazes a grande parte não continuou e não apoiaram a profissão. Mudaram-se. Um que saiu sem que daí viesse a obter grandes melhorias fui eu; melhor seria ter ficado.

A escola estava localizada nas traseiras da Sé quando se vai para o Largo D. Afonso III.. As aulas práticas eram dadas na escolas primárias anexas à Escola do Magistério e ainda em S. Luís e Largo do Carmo..

Aí vai uma crónica de um professor primário anos 40

O PROFESSOR. LEITÃO E OUTROS

O Professor Leitão era o professor primário de SANTA BÁRBARA DE NEXE, aí por volta dos anos 40/50. Naquele tempo, um professor tinha aulas o dia inteiro e tinha as quatro classes e um bocado de trabalho com aquilo, porque tinha que leccionar leitura e divisão de orações, aritmética (com aquele problema das torneiras, muito complicado, que perguntava assim: Em quantas horas encheu o tanque?)

A coisa não era fácil pois na quarta classe desse tempo não se ensinava a regra de três simples, era tudo raciocínio lógico. Ensinava-se também História, com os reis todos e mais as dinastias e sobretudo a revolta de 1820 entre os Miguelistas e os Liberais, que era uma matéria difícil para uma criança de dez anos perceber.

Havia ainda as Ciências Naturais, onde se estudava o corpo humano, com os ventrículos e as aurículas e, ainda, os batráquios, mais não sei quê, mais não sei quanto.

A sala, que ficava ao pé da Torre da Igreja, era um armazém asseado. O professor morava ali também e a sala estava cheia de rapaziada (rapazes e raparigas) e havia um cântaro de água, com um copo para os alunos beberem. Um dia o Elias, que era um “Choninhas” e que se queixava muito dos outros ao professor, foi beber água ao cântaro. Escorregou, caiu, levou o cântaro atrás e o cântaro lá se foi...

Ao ouvir tal sarrabulho, o Leitão veio e... perante tal situação, virou a cara para o lado, respirou fundo e disse: “Elias, dá cá a mão! Agora são vinte, menino Elias, ouviu?” Nesse tempo, o grande auxiliar, do professor primário em geral e do professor Leitão em particular, era a régua que fazia milagres, como dizia o Mestre-Escola dos “Meus Amores”, do Trindade Coelho. E nisso o Professor Leitão era Mestre. Era cada dose ...

Apesar de tudo, é importante dizer que havia cooperação entre a Escola e a Família, resultando a (boa) educação do aluno do esforço das duas partes.

Os melhores alunos desse tempo foram os costeletas Eng.º João Pinto Faria, grande aluno quer na primária, quer na Escola Comercial e Industrial de Faro quer no Instituto Industrial em Lisboa e depois, o irmão, o igualmente Engº João Pinto Faria licenciado no IST .

Quando eu cheguei à Escola Comercial em Faro, em 52, estavam eles de saída, mas eram uns rapazes muito populares lá, jogavam muito bem à bola, o João a defesa central e o Zé a defesa esquerdo na equipa da Escola e nos juniores do Farense e anda foi campeão nacional de Judo.

Nos jogos com o Liceu brilhavam ambos porque eram fisicamente muito poderosos..

A escola primária desses temos era assim.

texto de
JBS

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