sexta-feira, 13 de novembro de 2009

RELEMBRANDO GRANDES FIGURAS ALGARVIAS


Cândido Guerreiro


Pedra gravada no Penedo da Saudade. Coimbra.
Crónica "Historial Biográfica" de
Alfredo Mingau


Introdução

Há uns largos anos atrás, fui passear a Coimbra e, visitando o “Penedo da Saudade”, reparei numa bela poesia inscrita numa das pedras. Poesia que encabeça esta crónica. Gostei de ler e nunca mais esqueci.

O Poeta

Francisco Xavier CÂNDIDO GUERREIRO é natural de Alte. Aqui nasceu a 3 de Dezembro de 1871. Foi advogado, poeta e dramaturgo.
Em Faro frequentou o Liceu e o Seminário, tendo constatado que não sentia vocação para o sacerdócio.
Aos 36 anos fez o seu ingresso na Faculdade de Direito em Coimbra. Cinco anos depois, 1907, com o curso Universitário, regressou à sua terra, onde foi recebido com grandes aclamações por ter sido o primeiro da sua terra que tirou um curso Universitário.
Durante a sua estadia em Coimbra, foi reconhecido pela sua inclinação poética, destacando-se pelos seus poemas “Rosas Desfolhadas”, “Pétalas”, “Avé Maria”, “Balada”, “Sonetos” e “Eros”.
Exerceu a prática forense em Loulé, mas sem grande êxito. Foi Notário, tendo sido Presidente da Câmara, período em que a Vila conheceu grandes progressos.
Em 1923 veio residir para Faro, tendo trabalhado como Notário e foi Presidente da Câmara.
Neste período, com um vasto repertório de temas, como filosóficos, picturais, eróticos, lendários, históricos e bíblicos, “Glicínias” (1925), “Promontório Sacro” (1929), “Em Forli” (1931), “Rainha Santa” (1934), “Auto das Rosas de Santa Maria” (1940), foi representado em 1940, com música de Francisco Fernandes Lopes, “As tuas Mãos Misericordiosas” (1945), “Sulamitis” (1947), “Avante e Santiago” (1949), “Uma Promessa” (1950), “Sonetos e Outros Poemas” (1972, edição póstuma).
A poesia do poeta traduz a efectividade à terra que o viu nascer, nunca esquecendo as suas origens e os seus ideais. Foi no soneto que encontrou a forma para a sua poesia, integrando-se nos Renascentistas Portugueses. Muitos dos seus versos foram traduzidos em Italiano, Francês e Alemão.
Em Alte existe uma escola “Escola Profissional Cândido Guerreiro” e a sua casa de Faro “Casa do Poeta Cândido Guerreiro”, na zona do Alto de Santo António, insere-se na linha de “Casa Portuguesa”; está classificada pelo IPPAR.
João de Deus foi homenageado pela Casa do Algarve.
David Mourão Ferreira disse “A sua escrita destacou-se pelo apuro irrepreensível dos seus sonetos”
Veio a falecer no dia 11 de Abril de 1953.

1 comentário:

MAURICIO disse...

CARO ALFREDO,

UM ABRAÇO
PARABÉNS PELO TRABALHO APRESENTADO
EM HOMENAGEM A UM ILUSTRE ALGARVIO, HOMEM DE LETRAS, O POETA
CÂNDIDO GUERREIRO, QUE BEM CONHECI
E COM QUEM MUITAS VEZES CONVERSEI.
UMA DAS MINHAS IRMÃS ERA MUITO
AMIGA DE UMA AFILHADA DE CÂNDIIDO
GUERREIRO, QUE JULGO AINDA VIVA,
E ISSO PROPORCIONOU UM CONTACTO
MAIS ESTREITO ENTRE AMBOS.
BOM CONVERSADOR, CÂNDIDO GUERREIRO, CATIVAVA COM A SUA
FIGURA PATERNAL, AS SUAS RESPEITÁ-
VEIS BARBAS E CHAPEU DE AMBAS LAR-
GAS, DE UM LADO DOBRADAS SOBRE O
OMBRO.
A SUA IMAGEM PERMANECE VIVA NA
MINHA MEMÓRIA.
OBRIGADO ALFREDO.

UM ABRAÇO DO MAURÍCIO