sábado, 21 de novembro de 2009

RELEMBRANDO GRANDES FIGURAS ALGARVIAS


MANUEL TEIXEIRA GOMES

De Alfredo Mingau - (Costeleta da "Velha Guarda" - anos 40)

Introdução

Para não tornar as minhas crónicas/biográficas longas e maçadoras, resolvi faze-las resumidas mas, numa resenha que dê a entender o percurso da pessoa escolhida.

Biografia

Manuel Teixeira Gomes nasceu em Vila Nova de Portimão em 27 de Maio de 1862.
Os Pais José Líbano Gomes e Maria da Glória Teixeira Gomes.
Estudou no Colégio de S. Luís Gonzaga até aos 10 anos de idade, de onde saiu para o Seminário de Coimbra para continuar os estudos. Passou, depois, para a Universidade de Coimbra frequentando Medicina e perde-se numa vida de boémia.
Mas o pai continua a dar-lhe uma mesada deixando-o viver a vida como ele queria. Entretanto, porque a sua tendência era para a arte, literatura, pintura e escultura, seguiu a literatura, continuando a dedicar-se, também, às outras, tendo como amigo Columbano.
Viveu alguns tempos no Porto colaborando em revistas e jornais. “O 1º de Janeiro”, do Porto e “A Luta” de Lisboa.
Como o pai se dedicava ao comércio de frutos secos, Teixeira Gomes viajou pela Europa e pelos países do Mediterrâneo como negociante.
Enamorou-se de Belmira das Neves, de quem teve duas filhas. Belmira era Filha de pescadores, facto que impediu o casamento com Manuel Teixeira Gomes por este pertencer a uma família importante de Portimão.
A sua vida política começa em 1911 como diplomata em Paris e Londres.
Escreveu “Inventário de Junho” (1899), “Agosto Azul” (1904), “Gente Singular” (1909).
Em Londres foi convidado pela Rainha Alexandra para lhe decorar o Gabinete Oriental no seu palácio de Buckingham.
Era Ministro dos Negócios Estrangeiros em Londres, quando foi chamado a Portugal, no início de 1918, pelo então eleito Presidente da República, Sidónio Pais que o demite do cargo. Teixeira Gomes fixa-se no Algarve como administrador de propriedades.
Em 6 de Agosto de 1923 é eleito como o 7º Presidente da República, depois de confrontado com Bernardino Machado.
No dia 11 de Dezembro de 1925 resigna ao cargo, partindo para Bougie, na Argélia, num auto-exilio voluntário, continuando a escrever. Uma das suas obras “O Exilado de Bougie”.
Além das obras indicadas escreveu:
- “Cartas Sem Moral Nenhuma” (1904);
- “Sabrina Freira” (1905);
- “Desenhos e Anedotas de João de Deus” (1907);
- “Cartas a Columbano” (1932);
- “Novelas Eróticas” (1935);
- “Regressos” (1935);
- “Miscelânea” (1937);
- “Maria Adelaide” (1938);
- “Carnaval Literário” (1938).
Não regressa mais a Portugal.
Morreu em 18 de Outubro 1941, na Argélia, e os seus restos mortais são transladados para Portugal em Maio de 1950. (Há quem aponte o dia 16 de Outubro de 1950).
Durante as cerimónias do funeral em Portimão foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz das três Ordens Militares Portuguesas, a Legião de Honra e as mais altas condecorações inglesas.
Foi designado Patrono da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes de Portimão.
(Editado com o apoio gráfico de Rogério Coelho)

3 comentários:

Anónimo disse...

ALFREDO, respeitosamente, queria deixar em aditamento ao teu belo texto,ALGUMAS ACHEGAS.

Assim, diria,

A chegada de Teixeira Gomes a Presidente da República foi da responsabilidade de Afonso Costa, que praticamente o colocou na Presidencia.

Manuel Teixeira Gomes não tinha vocação para Presidente, de tal modo que, nos tempos mortos, chamava o porteiro ou contínuo para jogar uma cartada com ele.

Manuel Teixeira Gomes era um senhor que frequentava os salões da alta elegância.

Era um apreciador do desporto e admirava as ginastas do Ginásio Clube Portuguès e gostava de ver jogar o Tamanqueiro, médio esquerdo do Olhanense, o homem de borracha, porque caía e logo se levantava.

Esteve presente na final de futebol em 1923 quando o Olhanense se sagrou campeão nacional. Pela primeira vez, foram entregues medalhas de presença na final aos jogadores, o que já se fazia em Inglaterra, e foi feito pela primeira vez em Portuga pela mão de Teixeira Gomes, que cumprimentou todos os jogadores.

Deixo a todos um abraço.
João Brito Sousa

Anónimo disse...

Meu caro João Brito de Sousa
Tudo o que está no seu comentário, e muito mais, sobre Teixeira Gomes, é do meu conhecimento.
O facto de não me ter "alargado" na biografia está referido na respectiva introdução. Creio que leu.
Acho que todos os Costeletas que tomam conhecimento com os textos ou Posts aqui colocados, lhe agradecerão a sua adenda.
Um abraço

Alfredo Mingau

Anónimo disse...

Meu Caro Alfredo,

Se é assim,´retribuo.
Ab.

JBS