sábado, 24 de julho de 2010

O revanchismo dos termos

Os termos e os conceitos têm, normalmente, um significado preciso. E sendo a língua portuguesa rica, não há razão alguma para que no discurso oficial, nos órgãos do estado, na comunicação social e nos portugueses em geral se usar e abusar de termos, fora do seu significado e, ou, do âmbito em que devem ser aplicados.
Vem isto a propósito do uso e despropósito com que se passaram a usar os termos “colonialismo “ e “guerra colonial”.
De facto estes termos começaram a ser utilizados no pós 25 de Abril de 74 e foram-no sobretudo por razões ideológicas. Isto é, quem entende que as campanhas de contra subversão que fomos forçados a conduzir entre 61 e 74 em África eram injustas, utiliza os termos “colonial” e “guerra colonial”; quem ao contrário, entende que eram acções justas desencadeadas pelo governo português de então, utiliza os termos de “ultramar” e “guerras do ultramar”¸ e quem não se quer conotar com nenhuma das facções ou entrar em polémicas, chama-lhe “guerra de África”...assim à moda de “ponte sobre o Tejo”
Convinha de uma vez por todas , fazer doutrina sobre o assunto e desmistificar ideias feitas (muitas vezes a martelo e... foice).
O termo colonial tem a ver com colonialismo, entendido como exploração de um povo por outro povo----um conceito negativo portanto. E por” guerra colonial” terá que se entender os esforços em termos militares, em impor tal exploração ou seja o "colonialismo".
Em contraponto ao colonialismo existe outro conceito que é o da “colonização”, isto é, a transferência de cultura, o desenvolvimento económico e a sucessiva integração de populações tidas por “indígenas” por outros povos mais avançados com quem contactaram ou que se estabeleceram no seu território.
Ora o conceito colonizador tem uma carga positiva em qualquer parte do mundo, e, foi isso que os portugueses fizeram durante a sua expansão pelos quatro cantos do mundo.
E fizeram-no de um modo constante com fins espirituais e não apenas materiais, integrando e não descriminando e oferecendo a sua protecção e a sua nacionalidade a todos os que se abrigassem debaixo da bandeira das quinas.
Quer isto dizer que não houve erros ou pecados cometidos?... Claro que não.
Houve, mas têm que se ver as coisas à luz da época e da evolução dos conceitos morais dos tempos. Nesse âmbito ninguém se portou melhor do que nós. E as malfeitorias ocorridas, nunca tiveram o apoio ou incitamento das autoridades.
Foram combatidos, o pecado nunca deixou de o ser e o vício nunca foi considerado um bem.
Como sempre, se for publicado deixo um abraço para todos e sobre isto ainda tenho mais para dizer. Talvez para a próxima.
Diogo
Nota: Claro que é publicado, onde está a dúvida?
RC

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu velho.

Viva.

Só agora li o teu texto, orientado na tua temática preferida.

E está aqui um bom tema para debate.

Já quatro ou cinco colegas me tinham falado no assunto e considerado o texto bom.

O que eu subscrevo.

Amigo, venha o próximo, para que eu me encaixe melhor nele.

E me pronuncie.

Por agora, um abraço do
JBS

Anónimo disse...

Joao Manuel
so' por ti sei que o texto foi bem ou mal aceite.....
Ninguem diz nada!
Abraco
Diogo