quinta-feira, 16 de junho de 2011



MANO, PÕE Á DISCUSSÃO.

Excelente exposição.
Dizes,
que,

1 - o processo de industrialização criou máquinas que evoluiram criando mais economia.
2 - Mas as máquinas, na sua evolução tecnológica acelerada substituiram a mão de obra, criando desemprego.
3 - Com o desemprego o consumo diminuiu e em resultado a economia desceu e com ela a crise em que nos encontramos.

4 - Nos anos 20 (e antes) muitos Algarvios iam ganhar uns "tostões" para o Alentejo, ceifando o trigo e a aveia (trabalho manual).
5 - As máquinas acabaram com essa "emigração".
Apenas um exemplo.

5 - Esta dedução está certa ou está errada?
Roger

OPINIÃO


Ponto 1 – As máquinas contribuíram para o aumento da produção, com melhor qualidade e em menos espaço de tempo. É um processo mais rentável, que poderá ou não afectar a economia. A economia, linhas gerais, significa PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO. Se falhar uma destas não há Economia.

Tomemos nota que, com a máquina aumentou a produção.

Ponto 2 – A máquina não gerou o desemprego. Ocupou sim postos de trabalho, diminuindo a oferta dos mesmos. Mas compete aos governos arranjar outros empregos.

Ponto 3 – Isso que dizes é a chamada RECESSÃO ECONÓMICA que é onde nós estamos agora. Mas não é por causa da máquina. No meu entender, a crise que estamos a atravessar vem da adesão à CEE que em 74 era uma coisa e agora é outra. Nós aderimos a um projecto que falhou. Onde deveríamos ser solidários não somos e a Europa de hoje é constituída por Países de 1ª e de 2ª. O problema será este.

Vejamos,

O filósofo espanhol Ortega y Gassett disse, há cerca de cem anos, que o problema em Espanha, naquela altura, era a própria Espanha e que a solução seria a Europa.
Mas isso foi há cem anos, hoje não é assim e não se pode dizer isso, nem da Espanha nem de Portugal, porque, se Portugal é o problema a Europa, ou esta Europa de hoje, não nos parece ser a solução.
O que se vê em Portugal nesse momento, parece-me, é o desenvolvimento do subdesenvolvimento, ao qual assistimos passivamente, sem uma atitude contra, sem dizer não, como se o País fosse um lugar distante, habitado por gente que conhecemos mal, por quem não temos especial estima e que julgamos ser merecedor do fardo que está aí para carregar.

É isto o que eu penso.


Resposta do Roger

"Dizes" - está errado, eu escrevi que li algures (ler o meu comentário). O exemplo da "emigração" para o Alentejo, não li, foi um facto.
Quanto ao que escreves em contradião do que eu escrevi, não quero nem devo responder, porque, teria que entrar no capítulo de política e partidos e não é permitido.
Roger

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Mano,

Tudo bem, não disseste leste algures. Certo.

Eu não colcoquei em causa as deslocações dos algarvios para o Alentejo.

Até dise que os alentejanos também desceram até ao Algarve depois da chegada da debulhadora.

Mano, ouve uma coisa, eu não entrei em contradição contigo; emiti uma opinião, apenas.

Ab.

JBS

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Oi Ermão
Claro, as máquinas tiraram o trabalho aos algarvios e às alentejanas da ceifa. E vieram para o Algarve à procura de trabalho na apanha do tomata, do morango e da uva. E os alentejanos deixaram de semear o trigo e passaram a plantar tomate e girasol e o Algarve deixou de produzir tomate. É por isso que os campos só têm erva.DARIA MUITO PANO PARA MANGAS...
Mas a tua OPINIÃO é uma resposta e contradição ao que escrevi.

O resto não respondo como já disse.
Roger

jctavares@jcarmotavares.pt disse...

Estimados costeletas (João e Rogério),
A máquina (traduzindo evolução tecnológica) foi e continua a ser um bem precioso para a humanidade.
Naturalmente retira empregados desqualificados, substituindo-os por qualificados.
No meu entender, o grave problema económico que atravessamos (não em Portugal,nem na Europa, mas em tudo o Mundo), tem uma relação directa com uma economia selvagem, sem regras e pelo que me é dado apreciar, muito difícil de controlar.
Exemplo: Questiono como é possível um país como o nosso, como uma fraca produtividade alicercada no capital/mão de obra, tenho no seio dos seus habitantes, pessoas com fortunas consideradas muito importantes ao nível mundial, e obtidas nos serviços, na intermediação, no comércio retalhista e na especulação?
Responda quem souber!
jorge tavares
costeleta
1950/56

Jose Elias Moreno disse...

Se me permitem...
e com a vossa licença, entro para dizer que estou a gostar boé, do nível e do interessante ritmo que o nosso blogue está a viver neste momento.
Parabéns ao António Viegas Palmeiro pelo seu Porteiro do Prostíbulo,que me divertiu, e cujo conteúdo de certo modo responde a certas questões propostas no texto As grandes etapas do Desenvolvimento da Humanidade do JBS(pecial).
A mim parece-me que o enorme impulso tecnológico e científico, digamos dos últimos trinta anos, não teve o correspondente e necessário acompanhamento ao nível das ciências humanísticas e sociais, tendo este desiquilíbrio de forças provocado as ondas de choque que,(lagarto...Lagarto...)poderão conduzir a formação de um qualquer tsunami , de consequencias imprevisíveis.
Eu,não vá o diabo tecê-las, já pedi ao Alberto Rocha que reserve no seu lagar,espaço para a minha produção de azeite, de três oliveiras que espero obter da enxertia que acabo de fazer a uns zambujeiros improdutivos.
E assim com o meu exemplo empreendedor,conto transformar o indesejável tsunami, numa enorme ONDA DO OPTIMISMO.
Vamos nessa?
Grande abraço.
JEM