sábado, 18 de junho de 2011


Interregnos

Serão úteis os interregnos? Que representam? Um novo rumo,um acertar de agulhas?
Ou só “um deixa pra lá...o tempo que passe”? Confesso que não sei mas admito que possa ser um pouco de tudo isto. Por mim não foi ausencia premeditada, foi um iato de malandrice,...de deixa ver o que isto dá.E fui lendo,lendo o que me veio parar à mão,não selecionando. Velho e novo tudo me serviu mas...li mais velho do que novo. “ Rumo a Fulacunda”,uma obra dum capitão miliciano sobre a guerra do ultramar, qualquer um de nós que serviu lá pode rever-se nela. Rui Alexandrino Ferreira transporta-nos ás quentes e húmidas Guiné e Angola, à sua Angola, ao planalto da Huila.
Revê a guerra,olha para traz,arrasta-nos naqueles pantanos,enlameados mas homens dignos.Depois comecei e ainda não acabei “Império nação e revolução” de Ricardo Marchi, um italiano que nos escolheu para sua tese de doutoramento e nos leva às causas do surgimento e morte do fascismo em Portugal. Um livro massudo, a meu ver demasiado documentado o que nos faz perder o fio à meada e...voltar atraz.
Não deixei de beber da fonte que é o nosso blog.Várias vezes por dia dei por mim,talvez inconscientemente,procurando se algo de novo havia sido publicado. E o que foi? Quem escreveu? Concordo? Não concordo?...e o que importa? Nada, cada um tem o seu ponto de vista,o seu prisma de análize,o que importa é que o blog está vivo, activo e recomenda-se ( como agora se diz).
Notei que um colega, salvo erro Jorge Tavares escreveu que estava ansioso pelo dia do almoço/confraternização como o estava dezenas de anos atraz quando a seguir às férias grandes recomeçavam as aulas. Como eu o compreendo, passava-se o mesmo comigo mas, dizia, temia que algum "costeleta se lembrasse trazer consigo algum comentário politico /partidário que podesse provocar algum incómodo"(cito decor). Como todo o homem é um animal politico eu confesso que não entendi ou melhor, tentei mas não consegui.Será que se referia ao Mingau?Ao Montinho? Ao Antonio Palmeiro? A mim? Ao Mauricio Domingues?....Ao João Brito de Sousa é que não era de certeza. E num comentário preocupava-se com demasiados ricos na nossa sociedade! Bem, eu preocupo-me é com demasiados pobres e, parafraseando Olof Palm que respondeu ao Coronel Melo Antunes que numa visita deste à Suécia o interrogava se não se incomodava com tantos ricos à sua volta(?!) :- Aqui na Suécia preocupamo-nos muito é com os pobres!
E o João?!...sempre activo. É aquela máquina.E ele que se interroga sob os malefícios das máquinas na sociedade. Manteve um dialogo interessante com o Rgério sob o tema. Num daqueles” toma lá dá cá” diz:-- “ mas compete aos governos arranjar outros empregos”. ...João, eu digo não. Aos governos compete governar.Não podem nem criam empregos a não ser os da máquina administrativa que ainda assim tem que ser o mais "magra" possivel. Essa missão e função tem que ser dos cidadãos e das emprezas. Aos governos cabe governar o melhor possivel e governar o melhor possivel equivale a cobrar o menos de impostos possivel para que a riqueza se quéde nas mãos do cidadão para que crie mais postos de trabalho nos investimentos mais diversos e consequentemente dê ao estado oportunidade de colectar mais impostos.Penso eu. Ao estado( governo) cabe a obrigação de cuidar e zelar pela segurança externa e interna,criar e manter as infraestruturas e sistemas de educação e, saúde claro!
Depois vem o Zé Elias, o grande pensador,aquele que a Dona Helena( de Mar e Guerra) sempre nos dava como exemplo a seguir de bom aluno que era e diz:...”haja pazes...vamos saír disto...nem que seja com umas oliveirinhas”.....mas Zé, tu e eu defendemos isso há muito, mas, como tu dizes,” se calhar somos só os dois” e agora eu acrescento,também Cavaco.
Se fôr publicado deixo um abraço para todos

Diogo

Nota:-Onde está a dúvida para não publicar?
Roger

5 comentários:

Anónimo disse...

MEU CARO DIOGO

Viva.

Um belo texto, culturalmente muito bem construído e a falar de cultura.

O Governo é para governar, obviamente, mas se não cria empregos directamente, terá de criar as condições para que as empresas criem esse emprego.

Vamos lá discutir isso.

E até lá, um

Ab.

João

Jose Elias Moreno disse...

Diogo,Amigo:
Estou à coca, porque de todas as tertúlias que frequento, esta é a melhor.
O que acabas de escrever,se nos quisesses dizer à mesa do café, era obra para sete ou oito bicas, e outras tantas ou mais águas do Luso, sem contar mais as três ou quatro das Pedras, para alguma digestão mais difícil.Assim desta forma, disseste de tua justiça,sem interrupções nem àpartes, e agora cada um pode exercer o seu direito ao contraditório, sem interregnos ou discussões estéreis.No meu caso incondicionalmente estou de acordo contigo no que diz respeito às competências do Governo e aos deveres dos Cidadãos: escrevi-o, respeitosamente, no Mural do Facebook de Aníbal Cavaco Silva,no dia 28/5/2003, e a propósito da celebração dos 100 anos do ISEG do Inst.Super.Técnico em 23/do mesmo mês.Dos problemas que nos afligem, penso o que escrevi no comment dos três zambujeiros enxertados em oliveiras; era preferível plantar três oliveiras novinhas em folha, mas sempre quero ver o resultado da enxertia.O Porteiro do Prostíbulo do Palmeiro(salvo seja)lembrou-me o Tomé Féteira das limas.Vivi setenta e seis dias maravilhosos na Suécia, lamentávelmente após a morte de Olof Palm, e tu fizeste-me voltar a revive-los por momentos.Falas dos nossos camaradas de tertúlia bloguista mais danados para a brincadeira;JBS(pecial)Maurício,Jorge Tavares e os "embuçados" Montinho e Alfredo Mingau-nem queiras saber da minha frustração por ter falhado no seu reconhecimento no Almoço-poucos mas bons, mas queremos mais e iguais nos basta, porque melhores não há.
E quanto a interregnos:qb, mais não.
Gde abraço
JEM
P.S.(não confundir)
A Avenida da Liberdade da Capital do nosso Portugal(CEE), esteve hoje ocupada com uma festa de promoção de produtos agrícolas, que me abstenho de comentar.Espero que me desculpes, mas aquilo foi muita areia para a minha camioneta.

António Palmeiro disse...

Meu caro Diogo

Se me permitisses assinaria por baixo este teu texto. Os pontos vitais são aflorados pela rama, vai fundo porque este país precisa que de uma vez por todas que sejam ditas as verdades, sem máscaras, sem fugas, escrevendo e falando honestamente.
Um país que teve um Egas Moniz, não pode fazer da mentira e da desonestidade, regra.
Mas cuidado caro Diogo, porque a facilidade com que se vão dar cambalhotas é de assustar. É preciso atenção para as evitar.
Como vês também estou de regresso após uma ausência prolongada.
Um abraço
António Palmeiro

Anónimo disse...

Viva João.

Está subentendido no texto. O criar condições é libertar o cidadão das amarras da sobrecarga contributiva e de leis ou preambulos( da constituição) sem nexo.

Abraço e diz algo.

Diogo

Anónimo disse...

Viva António.

Ó Antonio....eu conheço "cambalhoteiros" desde há muito. Dou-lhe um exemplo rápido e que o senhor talvez conheça.Serviu comigo no ultramar o sujeito mais à direita que se possa imaginar.
Até bom militar,farejava terroristas até onde não os havia.
A seguir ao 25A é eleito deputado para a constituinte pelo PCP plo distrito de Beja e foi durante quase duas decades presidente da autarquia de Beja. Quer maior cambalhota?
Foi exatamente o ainda hoje meu amigo Jose Manuel da Costa Carreira Marques. Conhece de certeza.

Abraço

Diogo