sexta-feira, 2 de maio de 2014

POESIA

Da Costeleta Lutilia Gonçalves Rocha recebemos o poema que transcrevemos:


PORTIMÃO


Ó cidade menina
Amar-te, quem não há-de?
Tão fresca e ladina
À beira do Arade.

Conta a lenda que esta água
Que o rio leva a Portimão
Tem um sabor a mágoa
Que perturba o coração.

São lágrimas de princesa
Mantida em cativeiro
Aguarela de tristeza
Sob véus de nevoeiro.

Há gaivotas pelos ares
No velho cais de Portimão
As traineiras saem aos pares
Nos sonhos que já lá vão.

Turistas, são o sorriso
Neste novo ganha pão
Tudo isto é preciso
P’ra viver em Portimão.

As casas velhinhas estão
Bem no centro da cidade
Têm beleza e os tempos hão
Deixado marcas de saudade.

Hoje o sonho é construção
De hotéis e similares
P’ra trás fica a tradição
Multiplicam-se os andares.

Mas o sol inda espreita
Tais casas com vaidade
Beija a rua estreita
Já vencida p’la idade.

Mas as largas avenidas
Desta tão bela cidade
Têm as margens coloridas
De cheirinho a mocidade.

Ó cidade cachopa
Meu poema de brincar
Cantinho da Europa
Dormindo à beira-mar.



Lutília

Colocado por
Rogério Coelho

1 comentário:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Lutília!
Gostei.
Venham mais crónicas.
Um abraço Costeleta
Roger