sexta-feira, 6 de junho de 2014

UMA LEMBRANÇA AO MUNICÍPIO DE FARO

Transcrevemos do Jornal Algarve o que o Costeleta e Jornalista João Francisco Manjua Leal escreveu

Rua da Madalena, “Faro em Ruínas”
Inúmeros laços afectivos (a lembrança de companheiros de então, entre os quais o Jorge Cachaço ou essa figura sempre presente, que era o “moço montanheiro” que “das brenhas de lá do Alportel viera”, o saudoso Marcelino Viegas ou a vizinhança que ali habitava ou tinha oficinas (mestres José de Gordinha, serralheiro e dirigente associativo; mestre Artur, emérito e veterano futebolista do Farense; “tio Pio”, do “Correio do Sul”, os “Clãs Larguito e Galvão”, etc), bem como familiares, de que residiram vários membros, prendem-nos, de uma forma especial, a esta Rua da Madalena, que outrora, conforme a tradição e a placa toponímica o assinala também era conhecida pela “Rua do Papa Lebres”.
Quando nas nossas voltas citadinas voltamos, o que, por razões sentimentais, com frequência acontece a este bairro onde nascemos, crescemos e vivemos dos anos mais descuidados e felizes da nossa vida jovem, dói-nos ver como ele se encontra em progressiva decadência e desmoronamento, rumo acelerado a uma ruína total, imagem que se aplica de maneira especial com o trânsito em grande parte proibido à Rua Madalena ou do “Papa Lebres”.
Este nome Madalena, um topónimo usado em várias designações por esse mundo em fora, ocorrendo-nos a famosa parisiense “Place de la Madeleine”, é aqui em Faro aplicado também ao singelo Largo e à Travessa que vem desembocar na Avenida da República. No primeira existiu a secularizada Igreja da Madalena que no último quartel do século passado foi transformado em bar, conservando parte dos traços arquitectónicos originais. Fazia parte do imóvel onde está instalado um dos mais antigos estabelecimentos hoteleiros algarvios, a Pensão Madalena e era propriedade de “um rico comerciante”, João de Carvalho Ferreira, constituindo o vocábulo Madalena, no dizer do investigador, sociólogo e historiador Dr. Libertário dos Santos Viegas “um dos topónimos mais antigos da cidade”.

A Rua da Madalena necessita de uma urgente e rápida intervenção global e com pleno respeito pelo que foi e pelo que representa para a urbe farense. Esta acção deve ser uma corolário da cooperação – realização entre proprietários, inquilinos e o município, tendente a evitar a derrocada que se adivinha a olho nú e às mazelas que ali se descortinam.
João Leal

Colocado por
Rogério Coelho

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