sábado, 25 de julho de 2015

CRÓNICA DE FARO


Foi há seiscentos anos…

…que a armada do “Senhor Infante” (no vocativo escrito pelo genial Cândido Guerreiro no “Auto das Rosas de Santa Maria”) aqui estiveram para, incorporadas na força de seu pai, D. João I, participarem no que marcou o início da expansão portuguesa no Mundo, com a conquista de Ceuta, em 22 de Agosto de 1415.
O facto está assinalado mp “Arco da Vila” (zona virada a Nascente), com uma placa evocativa recordando-o e descerrada em 1960 aquando do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, ocorrida em Sagres e que evoca para a posteridade a presença nas águas que banham a hoje capital sulina das embarcações, em cujas tripulações se incluíam vários farenses.
São factos históricos cuja veracidade, independentemente das leituras que a tal propósito e a política assumida e vicissitudes havidas se houveram e que respeitamos, importam à historiografia local e ao que foi Faro nos “Tempos Idos”, neste caso, num virar de página em que Portugal de virou para ir Mundo em fora.
O concelho já, no final da década de quarenta do século transacto, em cerimónia em que esteve presente o Almirante Gago Coutinho, tão visceralmente ligado ao Algarve, cientista e um dos interventores da primeira ligação aérea do Atlântico Sul, prestou a sua homenagem ao “Duque de Viseu”, um dos membros e talvez o mais destacado da “Ínclita Geração dos Altos Infantes”, que ficaria conhecido pelos cognomes de “Infante de Sagres”, “Príncipe do Mar”, etc, inaugurando um monumento em sua memória junto ao ex-Liceu João de Deus, actual Escola Secundária com o nome do poeta e pedagogo messinense.
Importa agora que estes seiscentos anos sobre a presença na Ria Formosa das naus henriquinas não fiquem sem a dúvida rememoração já que se trata de uma efeméride assinalada e bem marcante na história local.
Até ao momento em que escrevemos este apontamento não tivémos conhecimento de qualquer informação sobre o facto, mas por certo, que quer a nível autárquico como da sociedade civil ele merece o interesse e a devida e esperada concretização.
João Leal

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