quarta-feira, 1 de julho de 2015

FALANDO DE


Reflexão sobre a economia



Tema de permanente discussão e análise, a ciência económica,  é hoje escalpelizada por economistas, jornalistas/economistas, comentadores de televisão e rádio, e  qualquer cidadão minimamente informado ou preparado academicamente.
Pode significar uma vitória desta ciência? Sim, se a política partidária não invadisse a área desta ciência, e consequentemente não lhe faltasse honestidade intelectual.
Reconheço a existência neste tema, do velho ditado popular – De médico e de louco todos temos um pouco – embora na ciência económica  o conhecimento das pessoas em geral, seja real. Bastará a economia caseira, e estaremos perante um “economista” .
Embora não seja  economista, nem jornalista, tão pouco comentador,  julgo ser um cidadão minimamente preparado e informado.
Pela leitura de alguns tratados de economistas ao longo dos anos, continuo a considerar que a França deteve a primazia da ciência económica, a par da ciência contabilística, seu instrumento de controlo.
Do livro “Como Funciona a Economia “,   escrito pelo professor  de ciências económicas da Universidade de Paris “ Jacques Lecaillon “,e que servia de estudo aos alunos do Instituto Superior de Economia ( hoje ISEG) na década de oitenta, retirei este excerto de texto,  que deixarei à reflexão dos leitores, para ser comparado com as teorias neoliberais que grassam hoje na Europa e têm particular eco nos nossos políticos do  arco da governação (como se diz atualmente).

“...A economia moderna deve ser uma economia mista, na qual o Estado tem um papel importante, nomeadamente com o objectivo de assegurar um nível elevado de emprego à mão de obra nacional.
Reduzindo os impostos, a fim de deixar mais dinheiro disponível nas mãos das famílias e das empresas, aumentando as despesas públicas e financiando grandes trabalhos de infraestruturas ( hospitais, escolas, vias de comunicação, conservação das já existentes, etc ) tornando mais fácil e menos oneroso o crédito bancário, os poderes públicos fornecem aos diversos intervenientes na visa económica os meios para adquirirem maior quantidade de bens e de serviços, o que estimula as vendas de produtos de todos os tipos.
As vendas levam as empresas a desenvolver a sua produção, a contratar trabalhadores e a encomendar novas máquinas e equipamento.
É, portando, possível resolver os problemas do desemprego eventual, graças às intervenções do poder público, que podem contudo conduzir a um orçamento deficitário; diminuir os impostos e aumentar as despesas do Estado é desequilibrar inevitavelmente o orçamento.
Uma tal política deve, portanto, ser conduzida com precaução, porque pode ter consequências inflacionistas; mas ele justifica-se numa economia em estagnação, cujo potencial de produção não esteja plenamente utilizado; espera-se, por outro lado, que, através do aumento do rendimento de todos, ela traga também as necessárias compensações fiscais.
Do mesmo modo, a economia moderna é uma economia aberta ao exterior; um esforço de promoção de vendas ao estrangeiro pode constituir um meio de empregar a mão de obra disponível.
A intervenção do Estado, assim como o comércio externo complicam o funcionamento do circuito económico. Mas a sua existência é necessária por significarem fenómenos compensadores que permitem combater o desemprego...o que a economia de mercado, por si só, não evita.”
 jorge tavares

costeleta 1950/56

Sem comentários: