domingo, 31 de janeiro de 2016

CRÓNICA DE FARO

Mais uma vez lá fomo em como que, “peregrinação natalícia anual” à sempre acolhedora e afectiva terra de Vila Real de Santo António, como que um dever que se cumpre com generoso entusiasmo, para apreciar, viver e recolher todo esse mundo maravilhoso que, no Centro Cultural António Aleixo, nos é transmitido pelo “presépio gigante”. Aceitamos a objecção de num espaço dedicado às coisas da grei farense se falar de um tema que não se refere diretamente à capital sulina, mas é-o na plena medida em que aquele artístico, paciente e engrandecedor trabalhador prestigia toda esta “Terra do Sul e do Sol”.
É que ao longo e diligente tempo de trabalho se aliam factores múltiplos, entre os quais a capacidade criativa dos seus mentores, a junção acontecida entre o histórico-bíblico e as tradições deste nosso bom povo. Algumas delas são de caráter bem algarvio, numa aliança acontecida entre as terras de Belém onde há dois mil anos nasceu Jesus de Nazaré e este rodapé ibérico, já que nem sequer o tradicional andaluz “el cagon” lá falta.
A pormenorização de acções, a modernidade de cometimentos (caso dos pássaros a voarem e a lançarem para o exterior as imagens), as figuras com movimento, as hortas tratadas com esmero (jardins plantados no litoral oceânico, no barrocal úbere ou nos pedaços aráveis do xisto da serra) que é apanágio das gentes algarvias, a plena centralização e um franciscanismo votado da “Gruta” são apenas lembranças dessa ciclópica imagem que connosco trazemos em cada visita que fazemos a este presépio gigante.
Por isso e daqui que envolvemos, porque de inteira justiça o é fazê-lo, aos artistas desta obra que este ano conheceu uma notória ampliação – Teresa Marques e Augusto Rosas, bem como aos seus mais directos colaboradores – João Gomes, Joaquim Gomes, Joaquim Soares e Telmo Crispim, bem como a quantos se envolveram nesta fantástica aventura que foi erguer com querer, empenho, arte, saber e devoção o “presépio gigante” que durante mais de trinta dias atraiu à Rua Teófilo Braga desta soalheira “cidade pombalina” dezenas de milhares de visitantes.
Mais do que Vila Real de Santo António, o Algarve deve-lhes este “obrigado” e que nunca, em anos futuros lhes falte o querer para prosseguirem uma obra que orgulha e envaidece todos os algarvios!
João Leal

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