quarta-feira, 16 de abril de 2008

À CONVERSA COM O COSTELETA

(ALEX E BERNARDO ESTANCO)

BERNARDO ESTANCO DOS SANTOS

Encontrei o costeleta Bernardo, na Rua de Santo António, perto do estabelecimento GARDY e estive à conversa com ele.

E perguntei-lhe.

Qual a tua opinião sobre a cidade de Faro?

Gosto muito da cidade. Fiz cá os estudos secundários, conheci e conheço muitas pessoas, tenho bons amigos e boas recordações da minha juventude. A vida parece-me mais calma, às vezes aparece aí malta do meu tempo de Escola e recordamos esses tempos.

Quem é que aparece?

Olha, ainda ontem estiveram aí o Alberto Rocha de Santa Catarina com o Zé Emiliano do Rio Seco, estivemos a falar do Brito da bomba de gasolina da Falfosa, que faleceu há pouco tempo e lançou a bichenina na aula do Xencora.
O João Cuco também esteve aí, era do Curso dos Electricistas do tempo do Zé Martins do Alto Rodes e do Almirante Brito Afonso de Bordeira e estivemos a falar do Leonel de Boliqueime que faleceu e era casado com a Maria José Pedro.
O Hélio de Loulé que é ROC em Lisboa, o João Sebastiana de S.Brás de Alportel, o Carlos Gago de Alverca que foi guarda redes do Farense e muitos, muitos outros aparecem por aí e é sempre um prazer conversarmos e convivermos um bocado..

Esses aparecem mas com residência fixa quem é que está por aí?

Está o Victor Venâncio casado com a Manuela Antão que foi nossa colega em Mar e Guerra na Primária com a D. Helena.

Ainda te lembras dela e da escola?

Lembro-me de tudo. O meu primeiro parceiro de carteira foi o DIOGO COSTA SOUSA que nunca mais soube nada dele. Era um Tarreta, um rapazito todo jeitoso e bom amigo. A D. Helena era nossa mestra e mãe e grande amiga. Uma vez levei umas reguadas porque tirei o copo ao Elias para ir beber água à talha e ele foi queixar-se à professora. Mas a melhor de todas foi quando o GABRIEL deu o track...

O que é que esperas da vida agora?.

Tenho tido uma boa relação com a vida e quero mantê-la. Nunca traí um amigo. Sou um homem solidário. Vejo a vida com optimismo e encaro-a com realidade. Já não tenho mais nada a fazer do que vivê-la o melhor possível. Gosto de vir até aqui tomar o meu café e ler o meu jornal, gosto de sentir que as pessoas gostam de mim, gosto de uma boa conversa, gosto da vida..

O que é para ti a saudade?

Saudade é um sentimento bom que cultivo muito. Saudade é recordar. Saudade é olhar para trás e sentir-me bem comigo próprio. Tenho saudades dos meus tempos de puto lá na escola em Mar e Guerra.
Na Páscoa fazíamos os contratos uns com os outros e o João perdia sempre e chorava muito. Tenho saudades do JÚLIO que era um grande aluno. Um dia o JÚLIO ficou bravo porque deu um erro no ditado no caderno novo. A gente quando estreava um caderno queria ter zero erros no ditado. Mas nesse dia o Júlio escreveu fiu em vez de fio e lá se foi o zero....E tenho saudades do meu parceiro de carteira o DIOGO COSTA SOUSA. Tenho saudades de tanta coisa...

Vou dar-te uma boa notícia.

Qual?

O teu parceiro de carteira vem ao almoço anual e lá, vamos os três fazer um contrato como fazíamos nos nossos tempos de escola porque eu já não choro. Que tal?

Se ele vier, vamos levar o caderno novo e fazer um ditado e tentar apanhar zero erros como queria o nosso saudoso Júlio, ok

Vamos nessa, disse eu

E despedimo-nos.

Texto de
João Brito Sousa

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