terça-feira, 22 de abril de 2008

CRÓNICA DE UM COSTELETA


O ESTÁGIO
por Jorge Tavares

A propósito do texto sobre o Miguel Tavares, e a forma como foi caracterizada a disciplina (burguesa) versus a ascensão (proletária) -foi esta a minha interpretação- conto-vos uma pequena história:

Findos os estudos e iniciando a actividade profissional , no princípio da década de sessenta, rápidamente nos apercebíamos de que a nossa aprendizagem prática teria de passar por estágios.

Como e aonde poderíamos obtê-los?

1 - Trabalhando gratuitamente com os melhores. Pela minha parte, fui durante um ano auxiliar e sem retribuição (por minha sugestão) e fora do período normal de trabalho, do grande mestre da contabilidade e fiscalidade Sr. Napoleão Leiria, que era o chefe de escritório e guarda-livros da empresa Neves Pires em Faro;

2- Frequentando os meios empresariais, cujo centro nevrálgico, era o Café Aliança. Pela minha parte e durante muitos meses (muito mais do que um ano), no periodo compreendido entre as 14 e 15 horas, com excepção das quartas-feiras e sábados, que era entre as 14 e as 17 horas, sentei-me à mesa do café com homens de negócios, tais como: Amadeu Mendonça André, José Viegas Jacinto, João Manuel Viegas, Teófilo Fontainhas Neto, Ramiro da Graça Cabrita, Daniel J. Pedro Pinto, Teodoro Gonçalves Silva, João e José Louro, José Barbara, entre outros, sem abrir a boca para emitir qualquer opinião, atendendo à minha juventude. Quando me foi permitido opinar tinha de o fazer com muito cuidado, para que alguma asneira, na opinião dos sábios, não prejudicasse a "abertura" que me havia sido dada.

Esta história real identifica as relações existentes entre os jovens e os mais idosos, independentemente do seu extrato social, a sua intelectualidade e sua ou vocação política.

Nota de Rodapé- O empresário Teodoro Gonçalves Silva era o pai do Presidente da Republica.



E olha lá Jorge,

O senhor José Viegas Jacinto não será pai de um costeleta, muito amigo do Pepe?

E o senhor João Manuel Viegas não será o pai do Jacinto, João Gonçalves Viegas

E o senhor José Bárbara não será o esposo da Drª Florinda ?

JOÃO BRITO SOUSA.

Sem comentários: