quarta-feira, 16 de setembro de 2009

VIAGENS NA MINHA TERRA


(o posto da Sacor no Patacão; foto de A. Gabadinho)

No meu tempo de rapazote, o empreendimento mais significativo lá da terra era a bomba de gasolina da Sacor , como era chamada nesse tempo ou o posto da gasolina. Depois da Sacor, havia a curva da estrada, mais perigosa quem vinha de Loulé, onde se deram alguns desastres. Depois os moços que se juntavam no Largo da bomba e mostravam as suas máquinas a pedal ou a motor. Falavam dos bailes de domingo à noite, das tampas que apanhavam e da música das tabletes.

A terra fica situada a 5 Kms de Faro, virando à direita vai dar ao Chelote, passando pelos Braciais e Mar e Guerra, se se for em frente vai dar a Santa Bárbara de Nexe e vindo de Faro virando-se ligeiramente para a esquerda vai dar a Loulé.

Eis o Patacão, a terra onde reside a menina Cristina e eu cresci.

Gente costeleta dali, eram o Custódio Julião, que jogava a ponta de lança no clube da terra, o Custódio filho do cabeleireiro senhor Serafim que reside no Canadá, onde ganhou o euromilhões, o Manuel Pires Victória e um pouco mais afastados, nos Braciais, eu, os meus primos Carlos , o Zé e o António Louro Rodrigues, a Susana Guerreiro e mais à frente o Zé Dias Rafael, o primo Joaquim e o Zé Martins Baptista e depois já no Chelote o Moreno da Marinha Mercante, que era bom no desenho e o Matinhos que foi dos primeiros a ir para Lisboa, frequentar o Instituto Industrial na Rua Buenos Aires, onde já lá estava o Bernardo Estanco dos Santos, dos Braciais, que estudava nocafé do Jardim da Estrela.

Tenho saudades da minha terra e desses tempo.

Uma vez jogámos à bola no terreno do Martinho Jacinto contra uns tipos de Faro e ganhámos três a dois e o melhor em campo foi o Zé Raimundo, que hoje explora um estabelecimento comercial ou tasca, que fica situado à esquerda, quem vem do Patacão para os Braciais, logo no primeiro cruzamento, no local onde antigamente se situava a venda do Zé Manelinho.

Na outra esquina está hoje um barbeiro alentejano.

Lembro-me do casamento do Agostinho que foi empregado na Sacor e faleceu derivado de uma infecção surgida, quando uma vez estava a encher de ar um pneu numa carroça e o aro soltou-se, vai em sua direcção e partiu-lhe o braço, foi parar ao hospital e a coisa complicou-se....

Chovia muito no dia do casamento do Agostinho..

Recordar o costeleta da noite, meu primo, bom no desenho e que foi emigrante em França, o Sebastião de Brito.

A minha terra é a minha saudade.

(continua)

texto de
JBS

3 comentários:

Anónimo disse...

Texto todo ele repleto de ternura pela terra natal, ou não fosse escrito por um Poeta!

Parabéns

AGabadinho

Anónimo disse...

João!
Tem toda a razão AGabadinho quando diz: «o texto está repleto de ternura pela terra natal,ou não fosse escrito por um poeta!»

Parabéns e continua...

Já agora,quem é AGabadinho?Andou connosco na escola em Mar-e-Guerra, ou é do Patacão?

SMoreno

Anónimo disse...

O SUCESSO,

em literatura, é quando nos chega que os outros gostam daquilo que escrevemos.

SUCESSO à parte, muito obrigado aos dois costeletas acima citados, pelo que disseram da minha escrita.

Recordo aqui que o escritor MÁRIO DE CARVALHO, recentemente galardoado, disse que anda não se sentia um escritor sénior.

Ele que é grande ...

Um escritor deve ser modesto, humilde e... ter algum talento.

Mais uma vez, obrigado.

JBS