quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DO CORREIO ELECTRÓNICO

SOBRE TEXTO DE MARÉ VIVA,
COMENTÁRIOS E RESPOSTA.

O que tenho a comentar é que são mesmo muito BONS ! ! !


Acrescentando que ler factos ocorridos há mais de 55 anos e sobre os quais não se encontram registos na Net , nos traz cá uma saudade!
A Praia dos Estudantes onde morei entre os 11 e 14 anos marcou minha adolescência.
De famílias ligadas ao mar avó, Pai, Tios conhecidos pela alcunha de Gilbertos, Primos etc .
Pelo moinho do Manuel Lazara (irmão do meu avô) passava diariamente centenas de pessoas desde Pescadores, mariscadores em que a ameijoa era o destaque, o Berbigão na maioria utilizado como isco nas Merjonas, os Covos para Chocos, alcatruzes para Polvos.
Redes para a pesca nas diversas formas entre elas a sacada (pesca praticada fora da Barra).
Tapa esteiros em que colocavam as redes na maré vazia, sendo levantadas na maré cheia cercando os Peixes que geralmente entravam numa manga em local estratégico.
De Lembrar os Chenchilhas em que o velhote Manuel ao vender os Burriés, camarões, bocas etc. interpretava sempre para as meninas que pediam sua poesia em versos repentistas.

Também acompanhei a redinha (alguns metros de redes que era arrastado pelas regueiras que desciam com a corrente) com membros da família dos Palhocas .
Ainda as pessoas que vinham apanhar e comprar Murraça para alimentar os animais), cada ilhote era identificado por um nome, e na época os conhecia todos localizados desde onde fundeavam as vedetas Azevia e Bicuda até há ilha do Farol.

A D. Francisquinha Grelha mãe do José Grelha que foi Fiscal dos Serviços da Câmara de Faro era considerada uma pessoa muito culta fruto da sua inteligência.

Conheci todos os terrenos e seus proprietários em volta do local onde se fabricaram os Blocos para as obras da Barra que eram levados por Batelões e Rebocadores que os levavam.
A Jacinta era o nome da Barca que fazia as comunicações entre eles , as obras e o cais Novo.
As Hortas das Famílias Pires, dos Fredericos, do Bolas todas ao sul da Opca , posteriormente apareceu por lá a Cavan (fábrica de Postes e Manilhas) enfim tudo tem sua época.

Termino com meus Parabéns ao grande senhor da escrita que se denomina A. Mingau e todos os intervenientes que motivaram esta minha crônica.

Saudações Costeletas
António Encarnação

6 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro Encarnação
Creio que o melhor comentário a esta sua publicação/recordação poderá ser feito pelo próprio visado
Um abraço
Rogério

Anónimo disse...

Aló ANTÓNIO.

Viva.

Tenho grande simpatia pelo que escreves e como escreves.

É a saudade que volta.

Tanta gente que tu conheces...é obra.Quando era mais puto gostava de conhecer pessoas porque achava isso giro.

Hoje ainda gosto, quer das pessoas quer de conhecer mais pessoas.

Por exemplo, gostei de te conhecer aqui. Pela grande humildade que revelas, pela forma como te fazes respeitar e respeitas os outros.

Os teus textos trazem sempre uma pontinha de saudade e grande dose de sentido de justiça.

É a minha leitura.

Penso que a vida te ensinou muita coisa. E tu, dessa aprendizagem retiraste o melhor dela. Que se traduz em andar por todos os lugares de cabeça levantada.

Chama-se a isso HONRADEZ.

E é muito importante que sejam os outros a reconhecê-la.

O texto do AM, que tu referes é dum escritor, coisa que nem todos se podem gabar de ter ouvido dizer.

Há escritores que escreveram um só livro e ficaram célebres.

É o caso deste texto do AM, que tem a força do Zé Maria do Eça ou do Largo do Manuel da Fonseca.

Porque nos agarra e faz vibrar.

Deixo-te um abraço.

JBS

Anónimo disse...

Antonio
Se a saudade matasse quantos de nós estariamos vivos?!
A minha curiosidade é grande. Diz-me uma coisa para tentar localisar-te.
és relacionado com um Senhor Gilberto que na minha juventude tinha umas corelas ali entre a Senhora da saúde e Mar e guerra na horta a que chamavamos "do Luis Caetano"e tambem possúia um barco que apanhava murraça e sêba para vender nas hortas das redondesas?
A murraça servia para alimentação do gado mas a sêba era utilisada para as malhadas do mesmo gado e, para cobrir os armazens de batata, tinha salvo erro a faculdade de não deixar ou evitar que a traça entrasse no tuberculo!
Conheci o sr Gilberto,passava todos os santos dias em frente à minha portada na Senhora da saúde no seu carro de mula....óh se a saudade dos tempos idos matasse!?
Abraço amigo e costeleta para essas bandas.
Diogo

Anónimo disse...

Amigo Diogo .
Sim era meu Pai .
De facto se a saudade matasse há muito que não estariamos cá !
Pelos vistos é da familia dos Tarretas em que recordo quando iam na motorizada levar o leite para a Cooperativa .
A Senhora da Saúde também já está muito diferente como é natural tudo tem sua época .

Estou em S. José dos Campos -Brasil , tenho 70 anos e levo uma vida tranquila .
Retribuo seu abraço e até sempre.

António Encarnação

Anónimo disse...

Caro António:
Eu tenho mais 2, andei pelos mesmos lugares sítios e recantos que o meu amigo, tenho lido os seus escritos com muito prazer e saudade, mas perdoará a confidência; lamentávelmente nâo me lembro de si.Mas vou investigar.Chalé das Canas,Atalaia, quinta do Fialho, Praia dos Estudantes,horta do Peres,Bom João e alguns dos seus habitantes: os manos Grelhas Helder,Vasco e Valêncio, as Filharocas regentes escolares e guardas da passagem de nível, os Brazinhos, os Palhocas,o Romão da Atalaia e a sua vacaria ainda estão no meu cofre da saudade.
O João Grelha, Armador transportador de palma (e outras mercadorias) de Marrocos,bem como o João Brazinho ,concessionário da seba,mato e outras riquezas da Ria, já não estão entre nós.O Valêncio quando não embarca nos Cruzeiros ,faz de Papai Noel no Fórum Algarve durante o Natal, dando o devido uso às suas imponentes barbas brancas, ou desde há muitos anos , desembarca durante a Semana Santa para na procissão do Enterro do Senhor transportar o Guião.
Vamo-nos encontrando por aqui.
Quem sabe se um dia destes, o acaso ou uma pura coincidência nos junta para um bate papo diferente.
Um abraço
José Elias Moreno

Anónimo disse...

Amigo J. Elias Moreno.
É por casualidade que não nos lembramos de algumas pessoas nossas contemporâneas .
Explicação da minha parte as constantes mudanças de residencia de minha família até 1956 , altura em que meus pais se mudaram definitivamente para casa própria na Senhora da Saúde .

Até 11 anos morei em Estoi , depois Praia dos Estudantes até 14, daí aos 16 no Bom João na antiga fábrica de Sabão .
Essas transições limitaram meus convivios para alguns vizinhos e pouco mais que companheiros de Turma .
Assim como o Diogo se recorda de meu Pai e não de mim eu, também sei que o cheguei a ver na companhia dos irmãos mas nunca falamos nem sei quem era quem .

Os Grelhas eram todos parenters e fui casado com uma filha do António Grelha casado com uma filha do Brazinho mas da Senhora da Saúde que morreu num acidente em que também foi o Joaquim Mestre vizinho do Diogo.
Sendo uma coluna de comentários não posso alongar com pistas.
nos iremos encontrando por aqui.
Pretendo visitar Portugal daqui a 2 anos e quem sabe se irei ás confraternizações dos Costeletas na Quinta do Alto .

um abraço amigo
António Encarnação