sábado, 23 de outubro de 2010

Génio, talento e celebridade

Shakespeare caberá dentro deste título porque conseguiu tudo isso. Aconteceu a mais alguns, mas poucos. Génio e talento podem colocar pessoas que possuam tais atributos no caminho da celebridade. Para se chegar aqui, é preciso muito trabalho e, como dizia Leonardo da Vinci, tal mérito deverá ser reconhecido por individualidades que disponham de capacidades intelectuais suficientes e credíveis para tal.
A existência num ser humano, de vários elementos intelectuais (mais do que um) seria um bom ponto de partida para chegar à celebridade. Em minha opinião, génio e talento, quase se confundem, ou seja, não há génio sem talento e o talento poderá contribuir para o aparecimento do génio.
Em minha opinião, génio será, digamos assim, uma especialidade da inteligência aplicada num determinado campo específico, onde as qualidades excepcionais de um indivíduo se colocam à disposição de resolução, com êxito, de determinada matéria.Todavia, a maior parte das conquistas científicas que têm contribuído para a evolução da humanidade, têm por base a inteligência humana e situam-se no campo da investigação, podendo os resultados obtidos conduzir à celebridade. È o caso de Christian Barnard, que foi o primeiro cirurgião a realizar um transplante de coração. Barnard foi um estudante extremamente dedicado na Escola de Medicina da Universidade do Cabo na África do Sul, no início da década de 1940. Esteve nos Estados Unidos, onde assistiu a um dos melhores cardiologistas da América, Walton Lilliehei tendo realizado na década de 1960 várias experiências com cães, até que outro cirurgião americano, Walter Shumway anunciou sua intenção de fazer um transplante do coração humano. Barnard adiantou-se e, em 3 de Dezembro de 1967, realizou a primeira operação do género. O paciente morreu em poucos dias, mas o do segundo transplante viveu 594 dias após a operação.
Com estes trabalhos, ganhou celebridade, não só pela novidade dos mesmos, mas também pelo grau de dificuldade que teve de enfrentar. E pela ousadia, pelo treino, pelo empenho, pelo rigor e disciplina colocados ao serviço duma causa nobre.
Um homem que pudesse ter em si próprio, em certo grau, génio, talento e inteligência, estaria preparado para produzir impacto no seu tempo pela sua inteligência, na sua época pelo seu talento e na generalidade dos futuros tempos e épocas pelo seu génio, diz Fernando Pessoa, ele próprio um génio.
Genial foi também a acordeonista Eugénia Lima, que tocava duas músicas diferentes ao mesmo tempo. Genial é o completo domínio das coisas. Mas é preciso ter talento. E grande. A celebridade vem depois.

jbritosousa@sapo.pt
Por: João Brito SousaIN JORNAL A AVEZINHA
Enviado por Alfredo Mingau - (interessante para o nosso blogue)

4 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Muito bem João, uma bela crónica.
É de causar admiração o Mingau descobrir estas tuas crónicas e mandar para ser publicada aqui
Rogério

Anónimo disse...

Caro AM.

Viva.

Palavra de honra, que era a última coisa que eu esperava,´era que o Alfredo pegasse no meu texto e o enviasse para o nosso blogue, com a recomendação de "interessante".

Esta atitude comoveu-se... porque eu pensava do AM outra coisa.
Para pior.

Coloquei-me perante a atitude do AM e aquilo que eu pensava... e tenho que admitir que pensava mal.

Como quase sempre acontece nas minhas relações pessoais,

Foi um gesto bonito e muito simpático, sobretudo digno, de quem não é rancoroso nem quer mal a um colega.

Como quem diz: houve bronca...já passou...

Resta-me a consolação de reconhecer isto, sem qualquer dificuldade.

E colocar o AM no lugar que merece, que é um pouco acima de mim.

Obrigado AM.Deixo-te um abraço apertado com respeito e consideração.

Outro para ti Roger.

JBS

Anónimo disse...

Meu caro JBS
Assim que tiver vagar responderei a este teu comentário.
Há frases que não entendo.
Terei que pensar nas perguntas.
Alfredo Mingau

Anónimo disse...

Meu caro JBS
O Mingau é um "poço sem fundo de interrogações.
-E não percebo qual o "porquê" do pensamento para "pior" e "pensar mal";
-Não tenho complexos de tratamento para ninguèm;
-Que "bronca" houve que desconheço?;
-Nunca me considerei "acima" do mestre, porque, com ele tenho aprendido a "rabiscar" os pequenos textos que envio para publicação no blog.
Costumo anotar no meu caderno frases soltas que vêm à imaginação ou na leitura de ideias que me agradam. Depois coloco-as em conjunto, alterando o sentido para formarem uma "inter-acção que faça ligação de compreensão ao título dado.É este o meu estilo de escrever e em que revejo os teus comentários de frases soltas.
No início as minhas crónicas tinham um estilo diferente. Fui aprendendo e alterando a forma e, quero crer, que gostam em função dos comentários aos meus textos.
Quanto ao teu texto que enviei para publicação, encontrei-o no jornal A Avezinha, quando na internet fiz uma pesquisa pelos jornais algarvios e o li.
Obrigado pelo agradecimento. Fico à espera das respostas das perguntas acima.
Um abraço
Alfredo Mingau