terça-feira, 22 de março de 2011

ETICAMENTE …

Não vejo possibilidade de aprofundar as coisas. O blogue ganhou alguma dinâmica, mas precisamos de manter o bom senso, i.é., não trazer para aqui a discussão do problema da nossa sociedade actual, a não ser que para isso sejamos autorizados.

Fiquemos por pequenas abordagens.

As interrogações do Jorge Tavares provocaram reacções interessantes das quais destaco as do Moreno, pelo bom senso que sempre evidenciou e continua a evidenciar e que não entende os bons desempenhos dos portugueses lá fora (muito bom e em muitas profissões) e os desempenhos internos que ficam muito aquém do que era possível fazer.

É uma boa questão.

Eu penso tratar-se duma questão cultural. Entre nós, prevalece o dar nas vistas sem suporte financeiro para tal e o “inteligente” é, digamos assim, o incumpridor. Cito, a propósito, aquela frase de Shakespeare “Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são.”

A questão colocada pelo Elias é também uma questão de oportunidades que o País está com cada vez maior dificuldades oferecer. Em minha opinião, os portugueses lá fora têm bons desempenhos, entre outras coisas, porque encarnam ainda o espírito dos portugueses de 1500 que iam para a Índia onde faziam negócios e vinham pavonear-se para Lisboa. Há em cada português um pouco disso. Muitos deles estiveram anos e anos nos “bidons ville” e hoje têm a sua casa na aldeia.

Para isso teremos de ser bons profissionais, melhor, ser reconhecidos como tal.

Regressar à terra é um sentimento bem português. Mas de mãos a abanar, não. O orgulho português passa por aí.

O comentário do Maurício é bem português; nada a apontar.

O Victor Venâncio, faz um comentário com sangue português a correr nas veias. Interroga e explica. Não concorda que se fale do passado. Mas o passado, duma pessoa ou duma Nação, é o seu C.V. e define o carácter dessa pessoa ou dessa Nação.

O passado de Portugal é a sua História, que deve ser conhecida para que não se repitam os erros e se copiem as boas resoluções.

Os comentários sugeriram-me este texto.

Que vai seguir para publicação.

Ficando à espera de outros comentários.

Ab. Costeleta do
JBS

7 comentários:

Anónimo disse...

INTERESSANTE E FANTÁSTICO

Foi o prémio que este texto conseguiu.

Não é mau.

mas, penso que

O que faz zfalta é animar a malta, o que fa zfalta ...

Ab.

JBS

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

É necessário que, quando enviarem os vossos comentários, verificassem antes de enviarem se existe alguma falha na escrita. Isto porque não há possibilidade de emendar ou mesmo alterar o texto. Apenas os textos para publicação é que poderão ser rectificados; dar-lhes um tratamento correcto.
Desconheço se existe alguma forma de rectificar um comentário, o que seria incorrecto.
Fica a recomendação.
Rogério Coelho

Victor Venâncio Jesus disse...

Peço desculpa, mas eu creio que não disse, que não queria que se fale no passado. O que eu entendo é que não podemos estar sempre a evocar o passado e não encararmos o presente! Abraços

Anónimo disse...

Caro Víctor,

Viva,

Por aí como é ?

Quanto ao que dizes acho que temos de dar tempo ao presente para ele se mostrar convenientemente.

E depois falamos dele.

De qualquer maneira, registei com agrado o teu reparo.

Porque é preciso.

Ab.
JBS

Anónimo disse...

João
Acabei de reler a "Peregrinação"...um livro de relatos de comportamentos de Portugueses pelas remotas paragens do oriente e, nem uma vez encontrei o relato do pavoneamento de que fazes realce. Encontra-se lá sim relatos tragico maritimos. Ao abrirmos um mapa mundo,olhando a distancia da patria berço aos confins de Malaca,velejando entre Ormuz e Timõr,abraçando as costas do indico,negociando especiarias,sobrevivendo da concorrencia não vejo muitos sobrevivendo para se pavonear em Lisboa. Lançaram sim raízes,criaram laços que ainda hoje perduram. É provavel que um caso ou outro tenha acontecido mas que no conto final da estatística pouco ou nada simbolizam. Criticar um Bandeirante é facil mas olhemos á obra feita.Nos "bidon villes" habitavam gente de todas as origens e principalmente Franceses.
Gente rude mas trabalhadora que educou os seus filhos que hoje brilham nos mais diferentes campos desde a politica às universidades.Muitos erigiram uma casa do tal tipo "mason"....foi o espelho da arquitectura que se acostumaram a admirar, o sonho que lhe foi negado por razões várias nas suas aldeias. A história da diáspora contemporania ainda está por escrever e temo que jamais o seja....tal a nova corrente de pensamento onde quem trabalha manualmente é considerado cidadão de segunda ou terceira classe.
Mas volto á India para referir um caso ( e há muitos mais) que conheci há uns anos atraz. por um amigo meu Goês conheci o unico piloto português do ido Concorde,o Comandante Mascarenhas que orgulhosamente conservava o seu passaporte Português emitido no "Estado português da India" com o qual os seus pais se haviam refugiado na Tanzania depois da invazão.....Isto não pode ser esquecido ou ignorado.
Para comentário já vai longo. Deixo-te um abraço meu amigo ...perdido e reencontrado.

Diogo

Anónimo disse...

Caro Di,

Enviei um texto em resposta ao teu comentário.

Ab.
JBS

Anónimo disse...

Meu caro DIOGO

Começo com um abraço para ti e felicitar-te pelo teu comentário às minhas afirmações, das quais sou responsável, obviamente,
E recordar aqui a nossa escola primária onde foste parceiro de carteira do nosso comum amigo Bernardo Estanco dos Santos.
Onde começou a nossa amizade… de amigos perdidos e reencontrados de hoje.
Factos.
Se bem li, citaste a Peregrinação de FMP para me dizeres que “pavonear-se em Lisboa” nada consta.
Eu li esse livro há muito tempo e já não me lembro. Mas OK. Acontece que eu li isso do “pavonear-se” algures, não me lembro onde, mas assumo.
Fui procurar.
E reparei que a “Peregrinação” tenha começado a ser escrita entre 1569 e 1578, sendo esta última data referida na própria obra. O texto original foi deixado à Casa Pia dos Penitentes que iria publicá-lo 31 anos após a morte de seu escritor. Tamanha demora em sua publicação é creditada ao temor de Mendes Pinto frente à Inquisição.
E, li em
Navegações portuguesas e os descobrimentos, o seguinte:
“No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente.
Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.

Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direcção às Índias.
Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência económica da época.

A Peregrinação é quase de 1600 e eu falei em 1500, onde, “Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitano, como se diz acima.
Logo, não podias ver os lucros na Peregrinação que conta outras histórias.
Falta o pavonear-se… que se deduz.
Os bidons villes para os franceses, não me agride, mas não sabia. É nesta troca de “saberes” que este espaço vale e deve ser cada vez mais participado.
Fica a explicação para a malta de 1500 às voltas em Lisboa, carregados de sedas.
Saudações costeletas.
Alguma coisa, estou por aqui.
João Brito Sousa

PS- Gostava de ler outros comentários.