OS
BONS PETISCOS
“O Berbigão” (1)
Hoje resolvi projectar a minha escrita para este
delicioso marisco.
Recordar o
belo berbigão da nossa Ria Formosa.
Era assim, segundo
me conta o “Moce”.
Geralmente era
ao Domingo. O “Moce” pedia “dois
tostões” à mãe; pegava no cabaz “tipo lancheira”; deslocava-se à rua
da Barqueta, em Faro, e comprava ao senhor Manjua, o cabaz cheio, com aquela
importância.
Podem crer que
o cabaz, segundo o “Moce”, tinha
capacidade para cerca de 5 quilos.
À tardinha,
preparava o fogareiro a petróleo, colocava uma chapa em cima, metia ar dentro
do fogareiro, colocava o berbigão na chapa e, sentado em frente ia-se regalando
à medida que se abriam.
Hoje, poucos
têm fogareiro a petróleo e, os que o possuem, não os utilizam.
Uma delícia
para fazer crescer água na boca a todos os que me lêem.
O pãozinho
caseiro e o imprescindível copo de vinho tinto, naquele tempo feito “a martelo”. O Júlio da Nortenha era um
especialista e “fazia” vinho
delicioso.
O “Moce” sou
eu. Vai um berbigão!?
Rogério Coelho
Rogério Coelho
(1) O saudoso Dr. Cândido de Sousa dizia-me: é o único marisco que não faz mal. Tem mais
vitamina C que a laranja.
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