quinta-feira, 24 de novembro de 2016

CRÓNICA DE FARO



 Neto Gomes e Faro

Opinião de João Leal

Vimo-nos e revimo-nos, como farenses que há 78 anos o somos, nessa jornada admirável, simbólica jornada que em si mesmo encerrou o preito de merecida homenagem pelos “50 anos a comunicar – O Algarve na Voz e A Voz do Algarve” do companheiro de percurso e irmão de afeto, Neto Gomes. Porque a sua brilhante e generosa ação desenvolvida, ao longo deste meio século, tem a ver e a servir a capital sulina, numa dádiva de intenções e viveres que este “construtor de ponte entre os homens” sempre o tem feito. Muitas dezenas de farenses, aqui nascidos, radicados ou servidores também desta “Terra de Santa Maria”, das mais diversificadas áreas, do desporto à política, da economia à cultura, da comunicação social ao rotarismo, ali estiveram no NERA, para dizer “Obrigada, Manolito”, como a sua venerada professora das letras primeiras, D. Isabel Pato, à boa maneira vila-realense o tratava.
Manuel Joaquim Neto Gomes, um coração maior que todo o Algarve, das serranias fronteiriças ao Mar Atlântico e da Costa Vicentina ao serpentear do Guadiana, está profundamente enraizado em Faro. É-o não apenas porque veio oficializar as suas provas do ensino secundário, como aqui tem mercado uma ação positiva, em iniciativas múltiplas que abrangem diferentes áreas onde este “homem do servir” tem marcado a sua generosa e benquista presença. Foi-o várias edições do “Natal dos Hospitais de Faro”, no promover de figuras farenses em muitas das quase duas dezenas de livros que a sua investigação gerou e de que destacamos pela sua profundidade, labor e saber os que se referem aos “Cem anos de República”, “História do Governo Civil de Faro” ou os trinta anos primeiros da vivência do que é hoje, o Centro Hospitalar do Algarve. Como o foi também as suas sempre mais que apetecidas, esperadas e desejadas crónicas “Bancadas Vazias” que, a partir do então Emissor Regional do Sul eram irradiadas de Faro para o Mundo.
Este e sem beliscar a condição de que tanto se orgulha de nascido ali à beira rio, na cidade pombalina ou do seu viver, sempre marcante em Portimão, Silves, Vilamoura ou Loulé, Neto Gomes, o nosso irmão Manolito, marido dileto de Maria dos Aflitos ou pai justificadamente “babado” dos seus filhos Dr. Pedro Gomes (um dos nomes maiores da Urologia no Algarve) ou da Educadora Teresa Gomes ou desse pleiade dos seus amores que são os netos deste Avô-Neto – o Guilherme, a Maria e o Manuel, são mais que razões para havermos ido à jornada, em que Faro como todo o Algarve, quiseram e souberam, com dignidade havida dizer – “Obrigada, Neto Gomes!”

João Leal

Sem comentários: