sábado, 27 de outubro de 2018

COSTELETAS

"COSTELETAS MELOS"


A não existência durante décadas, o que só viria a acontecer, na segunda metade do século XX, do ensino secundário oficial, fez com que milhares de estudantes do concelho de Olhão, o viessem frequentar a Faro, utilizando nas deslocações os mais variados meios de transporte, com primazia para o ferroviário, seguindo-se a camioneta, a bicicleta, a motorizada, etc. Repartiam-se entre o Liceu Nacional / Liceu João de Deus e a Escola Industrial e Comercial / Escola Tomás Cabreira, frequentando também nesta última e sabe Deus com que sacrificios os cursos noturnos. Os tempos livres entre a chegada ou o retomo e o início das aulas era utilizado, não raro, em animados desafios de futebol, nos campos denominados «Blocos» (frente ao apeadeiro do Bom João) ou no Largo de São Francisco ( defronte do apeadeiro do mesmo nome). Por uma questão de ser aluno da Tomás Cabreira («costeleta», portanto), não obstante conhecer muitos «bifes», nomes dados em linguagem académica de um e outro estabelecimento, que eram naturais ou residentes na terra olhanense, era superiormente maior o número de «costeletas meios» do que dos liceais. Ao acaso, pedindo desde já desculpa pela não citação de centenas de outros por omissão ou ser uma longa lista, refiro a muita amizade com os «filhos de Olhão»: João Parra, Manuel João Poeira, Eduardo Pires, Humberto Ferreira, António Paulo, Malaia dos Santos, Adriano Zeferino, os irmãos António e José Molarinho, Raúl Piloto, João Lima Alegria, João Odílio Raimundo, José Martins Palma, Eduardo Cruz, Virgílio Martins e tantos outros a quem abraço numa saudosa recordação. Como não esqueço muitos do professores, entre os quais os Engs. Diamantino Piloto e Martiniano Leal, o Dr. Salvatore Cocco e, pelo casamento o cantor símbolo do 25 de Abril o Dr. José Afonso. Seja-me permitido, por ser o meu lar quando neste Concelho vivi, recordo alguns dos muitos naturais da Fuseta, que foram como eu, «costeletas»: Reis de Andrade, Clérigo do Passo, José Agostinho, Nuno Agostinho, Joaquim Luís, Maria José Fraqueza, Vivelinda, a Divina e a irmã gémea, sem esquecer o Prof. Honorato Ricardo que, havendo nascido na Conceição de Faro, viveu o período maior da sua vida na «Branca Noiva do Mar».

Joáo Leal

NOTA DO ADMINISTRADOR: - O Rogério Coelho também vinha de Olhão e desembarcava e reembarcava no apeadeiro de S. Francisco. No princípio dos anos 40, quando iniciou o 1º ano na Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, na rua do Município.

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